Conselho de Segurança da ONU se reúne para a Resolução do conflito Rússia x Ucrânia*
- Imprensa da ONU

- 29 de mai. de 2022
- 15 min de leitura

*No dia 11 (onze) de maio de 2022 (dois mil e vinte e dois), o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) reuniu-se com doze países, sendo seus cinco membros permanentes e sete membros “convidados”, além de quatro órgãos conveniados para discutir a problemática ao redor da questão “Ucrânia e Rússia”, pretendendo trazer à tona uma resolução para os conflitos iniciados em março deste ano.
A reunião, iniciada às 8h20 (oito horas e vinte minutos do período da manhã), contou com a presença dos Estados Unidos da América, Reino Unido, Brasil, Ucrânia, França, Irlanda, Índia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Belarus, China e Rússia. Além disso, participaram, também, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
Os presentes nessa reunião do Conselho previam a resolução do conflito armado iniciado pela Rússia, através da manutenção da paz, do impedimento do crescente armamento bélico de cada país e, também, da exposição e consideração pelos interesses russos e ucranianos. Nesse contexto, o mediador da reunião foi o Brasil que, representado pelo seu presidente oficial, estabeleceu a ordem de exposição e de fala, além de abrir margem para réplica e finalizar com a carta de resolução de conflito.
Durante todo o processo, a imprensa do Jornal Phi estava presente para colher informações integrais dos discursos de cada país ou organização, e, também, trazer detalhes extra-oficiais por meio de entrevistas, “furos de reportagem” e recursos audiovisuais (como fotos, vídeos, gravações integrais, etc.). Portanto, leia abaixo a matéria completa sobre os discursos, a réplica e a carta de resolução de conflito explicitados durante o período da reunião, além de pequenos trechos de entrevistas feitas exclusivamente pelo Jornal Phi.
De acordo com o representante oficial da UNESCO, as vidas humanas devem ser prioridade e compromisso de todos os países envolvidos no conflito, e, paralelamente, afirmam que os avanços russos – por meio de operações militares – trazem preocupações genuínas, pois estes violam a soberania da Ucrânia como um todo. Além disso, a coerção exercida pelo país em território ucraniano traz consequências incalculáveis para todos, já que fere a carta da Organização das Nações Unidas, desrespeita a Lei Internacional, inviabiliza a cultura e a proteção aos patrimônios culturais exercida pela UNESCO, e põe em prática um exercício de censura (visto no ataque russo a profissionais do jornalismo e mídias) que promove uma vulnerabilidade e uma ofensa gravíssima aos interesses públicos.
Assim, em objetivo a conter os ataques, a UNESCO explicita que garante a prevenção dos danos ao patrimônio cultural, a execução dos direitos à imprensa e à proteção dos civis, visando tirar a ameaça à democracia. Essas medidas seriam tomadas por meio da disponibilização de medidas emergenciais, ou seja, por meio da “doação” de kits de proteção pessoal a repórteres e do treinamento à cobertura geral dos conflitos em áreas danosas. Além disso, o representante afirmou, também, que já iniciou o processo de marcação de patrimônio cultural na Ucrânia, buscando uma maior proteção e defesa por conta de perdas humanitárias.
Em discurso seguinte, o presidente da ACNUR denuncia que repudia o cenário de guerra que os conflitos armados emergentes colocaram o mundo e, em especial, parte significativa da Europa. Em busca da paz e da diplomacia, a ACNUR se posiciona dizendo que esses embates violam a integridade e a soberania ucranianas, pois essa prática russa é proposital, “sem motivo” e abre portas para um crescente número de refugiados – que pode ser comparado à quantidade vista no período da Segunda Guerra Mundial –, fato que ameaça a vida e a dignidade dos civis.
Em entrevista ao Jornal Phi, André Veloso, líder e representante da ACNUR, explicita que garante o suporte social aos refugiados, já que podem atuar diretamente nas fronteiras e no território. Além disso, em seu discurso, André também afirma que possuem uma operação humanitária para resgatar os ucranianos e evitar a ameaça e o uso da força vindos da Rússia. Do mesmo modo, essas ações visam preservar a vida de todos, portanto, a ACNUR finaliza dizendo que é necessário haver uma transparência entre os países para encerrar o conflito e, enfim, reerguer a paz.
Paralelamente, a presidente da FAO, Ana Clara Mantovani, discursa dizendo que o embate iniciado pela Rússia perturbou os países não só economicamente, mas social e politicamente também. Ao interromper a exportação de alimentos e commodities básicos vindos da Rússia e Ucrânia, a agricultura é afetada como um todo e prejudica, especialmente, o fornecimento de insumos alimentares. No entanto, as consequências menos explicitadas pelo mundo são as mais danosas, afirma Ana Clara. Tratando-se da fome e subnutrição, a FAO confirma que a quantidade de pessoas em condições de má-nutrição pode vir a aumentar exponencialmente, já que os preços dos alimentos e da energia aumentaram em decorrência da guerra que, ao longo desse período, já impediu o plantio agrícola, danificou equipamentos agrícolas e pecuários e, consequentemente, aumentou a insegurança alimentar da população.
Dessa maneira, essa instituição permanente declara que vai auxiliar no combate à fome e à subnutrição através de assistência humanitária que, em conjunto com as Forças Aéreas, enviará alimentos e cestas básicas para áreas de conflitos, visando erradicar a fome e amparar os indivíduos envolvidos direta ou indiretamente. Por fim, a ACNUR reflete o seu compromisso em defender a independência ucraniana por meio de uma mobilização mundial.
Como a última organização a discursar, a OTAN declara que possui desprezo pela guerra iniciada pela Rússia, pois a força e o poder bélicos desse país foram utilizados de maneira indisciplinada, já que ataques contra civis é crime internacional e, estes, ao o cometerem e irem contra a carta da ONU, deveriam ser punidos pela Corte Internacional. Junto a isso, o representante da OTAN afirma que as acusações contra si, feitas pela Rússia (utilização de poderes bélicos contra civis, a instauração de um novo Imperialismo e a iniciação de uma guerra), são falsas e injustificáveis, e que o país russo omite fatos necessários para justificar e defender o conflito iniciado.
Portanto, a OTAN reflete, também, o seu objetivo de garantir a liberdade ucraniana, através de seu apoio integral. Porém, não nega que pode acatar com acordos econômicos e militares que sejam benéficos para todos, afirmando que estão abertos a negociações – e quando houver a retirada das tropas russas do território ucraniano, a OTAN cessaria o envio de armas e tecnologias bélicas para o “país-alvo” e negociaria a entrada da Rússia no seu “bloco”, caso haja o cumprimento de todas as resoluções propostas. Além disso, seu discurso é finalizado com a prestação de condolências ao exército russo que, mesmo em combate, ainda são indivíduos, majoritariamente, inocentes.
Sendo o primeiro país a expôr seu discurso, a África do Sul se disse contrária aos ataques recentes, já que havia, no passado, enfrentado uma situação semelhante de falta de liberdade e independência – uma clara relação ao colonialismo. No entanto, a representante do país afirma que a dualidade mundial que esse conflito instaurou (países à favor da Rússia ou à favor da Ucrânia), prejudica tanto política, quanto social e economicamente, pois os preços encareceram globalmente (tal qual afirmado pela FAO anteriormente) e a OTAN, que, em tese, deveria dividir forças para a manutenção do conflito, vem se aproximando de outros países deliberadamente contra a Rússia – e essa reação, tanto da OTAN, quanto mundial, só foi possível por conta da influência europeia de ambos os países (Rússia e Ucrânia), pois na época do colonialismo, grande parte dos países presentes divergiram da África do Sul na diplomacia. Por isso, a representante pediu cautela nas medidas impostas à Rússia.
Semelhante ao discurso da África do Sul, os Emirados Árabes Unidos acabaram por manter-se “em cima do muro”, apoiando e indo contra ambos, apesar de afirmarem, desde o início, que se abstiveram de opiniões favoráveis a qualquer um dos lados. Em relação à Rússia, o presidente discursou afirmando que concordava em vetar a mesma da OTAN, mas que possuíam complacência com o país, já que o embate foi iniciado motivado pela defesa de seu território. Além disso, sua fala explicita que os ataques russos não foram propositais, e que considerar apenas a Rússia como culpada era “colocá-la em holofote” e desconsiderar as suas justificativas e opiniões válidas. Mesmo assim, os Emirados Árabes Unidos discursaram dizendo que a guerra é uma afronta à Ucrânia, de qualquer modo, e que Putin já havia conseguido o que almejava (ter seu território protegido), logo, deveria cessar o embate e reconhecer a soberania ucraniana. Apesar de toda a declaração, o país deixou uma brecha para compreensão dos motivos pelos quais o apoio integral não foi voltado para a Ucrânia: a mesma possui apoio dos Estados Unidos e da OTAN, os cujos, de acordo com os Emirados Árabes Unidos, “não honram contratos” e fomentam uma “nova ordem mundial”. Por fim, disse que o conflito é justificado, mas não defendido.
O terceiro país a discursar foi a Índia. A presidente afirmou que a guerra iniciada pela Rússia era violenta e baseada em uma superioridade criminosa que abriu portas para uma Ucrânia, antes fortemente independente, vulnerável e distante. De todo modo, a Índia não vê com bons olhos a intervenção dos Estados Unidos no conflito, especialmente na imposição de sanções econômicas contra a Rússia, pois, de acordo com ela, essas ações não farão haver uma reciprocidade entre norte-americanos, europeus e asiáticos. De todo modo, o país defende a não inserção da Ucrânia na OTAN, defende a aliança entre Rússia e China para facilitar o diálogo recorrente e declara que, mesmo com o intervencionismo, as relações entre Estados Unidos e Índia permanecem firmes. Assim sendo, a representante finalizou dizendo que apreciam o debate e podem auxiliar e apoiar um lado, desde que não os atrapalhe como nação soberana.
Seguido, a Irlanda iniciou afirmando que buscavam, com essa reunião, a manutenção da paz e a procura pela amenização dos conflitos. Explicitando fortemente o seu posicionamento, Felipe Bento, representante oficial da Irlanda, disse que a Rússia impõe opressão à Ucrânia como um todo, não respeitando a independência desse país e atacando diretamente a liberdade e integridade do Estado. Paralelamente, o país também trouxe à tona que os crimes de guerra cometidos pela Rússia foram intencionais, matando civis e indo contra as Leis Internacionais. Como medidas intervencionistas, Felipe declara que a Irlanda já iniciou diversas missões de paz na Ucrânia, visando acolher e resgatar refugiados. Sendo contra as medidas russas no conflito, a Irlanda termina dizendo que a melhor forma de resolução é a diplomacia, e que ela deveria ser utilizada por todos os países e grupos envolvidos.
Representando a voz da França, Penélope Motta deixou claro o seu posicionamento de apoio integral à Ucrânia e, especialmente, à diplomacia. De acordo com a representante, a guerra instaurada pela Rússia é uma violação à Carta das Nações Unidas e possui justificativas infundadas e violentas que abalam as ligações entre os países. Com uma instabilidade crescente, Penélope afirma que esse conflito causa danos exorbitantes que afetam o mundo e, também, a própria população russa. Por conta disso, a França defendeu uma negociação que contemple os interesses russos e ucranianos, mas que estabeleçam um maior foco na soberania da Ucrânia. Além disso, foram feitas algumas propostas de resoluções, como a retirada das tropas e dos esforços militares do “território-vítima”, um mútuo consentimento sobre a proteção da expressiva onda migratória, a continuidade das sanções econômicas contra a Rússia, a diminuição da dependência das exportações russas por parte da França e, por fim, o enfraquecimento do poder russo global.
Em entrevista anterior à reunião, Victor Coura dos Santos, representante oficial do Reino Unido, afirmou que esperava uma resolução imediata para o conflito e que, em claro sinal de descontentamento com as ações russas, não se podia mais deixar vidas ucranianas perecerem diariamente. Em seu discurso, do mesmo modo, Victor explicita que a guerra é injustificável e intolerável, e que prejudica a independência da Ucrânia, além de ser um posicionamento contrário à ONU e sua Carta. Em busca de auxiliar na luta ucraniana, o Reino Unido pretende manter as concessões feitas à Rússia e quer encontrar, junto aos outros países, um ponto em comum para que haja um acordo mútuo de “cessar fogo”, já que as crescentes novas exigências da Rússia afastam, cada dia mais, o fim do conflito. Dessa forma, é nítida e defendida por Victor a diplomacia, buscando um acordo de paz imediato.
Como líder da OTAN e potência militar e econômica, os Estados Unidos da América (EUA) foi representado pela voz e figura de Larissa Scomparim. Em declaração feita ao Jornal Phi, anteriormente ao discurso no Conselho de Segurança, a presidente afirma que os EUA buscam, e sempre buscaram, defender a liberdade de todos por ser uma nação democrática e pacífica que se posiciona sem se abster, mas sem necessidade de pôr uma guerra em prática também. Assim, em seu discurso na reunião, os Estados Unidos afirmam que esse conflito atinge, diretamente, o coração da Carta das Nações Unidas e é injustificável tamanho dano causado por este. Em sua declaração, Larissa mantém sua posição de defender o respeito, a liberdade e a segurança, afirmando que o país auxiliou e auxilia na prevenção de ataques vindos da Rússia por meio de aplicações de sanções econômicas e restrições, além de enviar apoio humanitário e econômico à Ucrânia. Em outro ponto, os EUA declaram que o país russo espalha a desinformação propositalmente, através de fake news que pretendem justificar o conflito com base em motivações “desnazificadoras”. Porém, Larissa garante que o argumento é inválido, já que, assim como em todos os outros países, a presença nazista na Ucrânia é, sim, existente, mas pouco influente no poder de decisão do território. Por fim, os Estados Unidos pretendem encerrar o expansionismo russo e, para isso, precisam acabar, primeiro, com o combate. Para isso, afirmam que estão dispostos a retirar as tropas norte-americanas da Ucrânia, manter o status neutro de Kiev e não permitir a entrada da Ucrânia na OTAN, buscando o caminho da paz a qualquer custo.
Em um discurso sentido e empático, o líder da Ucrânia afirma que seu país e sua população foram obrigados a pagar com suas vidas e viver a matança desde o início do conflito. Apesar da comoção mundial pela situação e sua tamanha importância para a Europa e Ásia, os ataques por mísseis e tanques de guerra não cessaram e mantiveram-se injustificáveis. Além da perda humana, o PIB (produto interno bruto) ucraniano despencou sem haver culpa própria, permitindo perdas políticas, econômicas e, especialmente, sociais. Em sua declaração, como medidas intervencionistas para a resolução final, a Ucrânia exigiu a saída imediata da Rússia dos seus territórios, a permanência do presidente Volodymyr Zelensky no poder, a militarização do país, a sua entrada imediata na União Europeia (UE), a bancagem integral russa dos gastos exorbitantes do conflito, o reconhecimento da independência de alguns territórios ucranianos (fato que já havia apoio dos EUA, da França e Reino Unido em um documento assinado previamente), a assinatura de um tratado de paz e o fim imediato da guerra. Apesar das exigências, o presidente afirmou estar aberto e disposto a negociações, mas não abriria mão do direito da Ucrânia a ser nação soberana.
Em seguida, o discurso foi proferido pelo representante da Belarus (Bielo Rússia), em nítido apoio à Rússia. Por possuir uma relação harmoniosa e próxima com a nação russa, a Belarus negou a existência de um ataque ao seu território, além de insistir em afirmar que não houve nenhum tipo de coerção por parte da mesma. Em contraste com a argumentação norte-americana, o presidente da Belarus declara que, na verdade, os Estados Unidos que tentam aumentar sua soberania militar mundial através de uma estratégia semelhante à utilizada na crise dos mísseis e, por estabelecerem um conflito com a Rússia que, de acordo com eles, visa apenas benefício próprio, o líder comparou-os com Hitler na Segunda Guerra Mundial – “sua expansão sobre o mundo era semelhante à busca por um espaço vital alemão”. Enfim, a Belarus determinou que a Rússia pretendia, desde antes do conflito, evitar o expansionismo norte-americano e, por isso, gastava e focava tanto nos recursos bélicos utilizados.
O antepenúltimo discurso foi da China que, desde o começo, afirmou que, culturalmente, seguia a linha de não interferência nos assuntos domésticos dos outros países, mas que, mesmo assim, não se absteria. De acordo com a representante chinesa, a Ucrânia é uma ponte entre ocidente e oriente desde a época da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e a expansão desenfreada da OTAN em áreas de interesse afeta o mundo tal qual a economia globalizada – já que os EUA acabam sendo “o centro de tudo”. De todo modo, a China afirmou prezar pelos ideais éticos e pretendia, com essa reunião, chegar em uma negociação segura para todos, pois não concordava com as sanções e “castigos” impostos à Rússia, e já se mantinha disposta a ajudar humanitariamente quem precisasse. Para finalizar, a líder chinesa declarou que a OTAN deve frear a sua política expansionista e, mesmo em um mundo de laços e acordos mútuos, a mídia ocidental ainda permanecia publicando notícias falsas contra o oriente – como a questão da China enviar armamentos para a Rússia após o início do conflito –, indo contra os ideais éticos que eles defendem.
Por fim, a declaração da Rússia foi longa e exaltada. Anteriormente à reunião com o conselho de segurança, o representante russo, Fabrício, foi entrevistado pelo Jornal Phi e respondeu que pretendia resolver o conflito a todo custo, mas essencialmente objetivava instaurar uma Nova Ordem Mundial – que, obviamente, tiraria os Estados Unidos do foco expansionista e, de acordo com ele, “acabaria com a prepotência estadunidense”. Sob mesmo contexto, mas em seu discurso, o líder russo afirmou que se movimentava para livrar o povo russo e ucraniano do expansionismo norte-americano, já que a política externa ucraniana estaria ameaçada pela OTAN e pelas atitudes antidemocráticas dos Estados Unidos que, além de não cumprir acordos, motivava-se a estabelecer políticas imperialistas nos países englobados pelo expansionismo.
Do mesmo modo, a Rússia afirmou que as relações entre ela e a Ucrânia eram harmoniosas e mutuamente benéficas até a OTAN querer influenciar seus territórios, delegando que eles apenas queriam “proteger sua irmã Ucrânia” das insistentes ações neonazistas apoiadas pelos Estados Unidos que, anteriormente, já haviam desmentido o poderio. De acordo com Fabrício, a mídia e potências ocidentais viraram as costas para o soerguimento do nazismo e do desemprego estrutural na Ucrânia, e que a intervenção dos mesmos só se dá em busca de benefício próprio, considerando que os interesses imperialistas, supostamente, mantêm-se no plano ocidental. Buscando uma solução na reunião, a Rússia exigiu algumas intervenções: a expansão da OTAN deve ser barrada, deve haver a anexação imediata da Criméia ao território russo, deve-se proibir a utilização de símbolos de cunho nazista na Ucrânia, devem acabar com a proibição do ensino da língua russa no leste ucraniano (majoritariamente composto de populações de origem russa), e devem impedir a Ucrânia de entrar na OTAN e na UE para evitar influências ocidentais externas e o “falso moralismo”.
A Rússia conclui dizendo que não quer o sofrimento, apenas a libertação e a segurança dos ucranianos, mesmo após afirmar que os ataques à Ucrânia são justificáveis e listando (poucos) motivos para tê-los posto em prática (como a suposição da presença expressiva de neonazistas no local). Além disso, o representante nega os crimes anunciados pelos países presentes e pela mídia, logo após anunciar que a OTAN não se compromete com suas ações e crimes, e diz que defende a integridade das nações e países menores que “não são vistos pelos ocidentais” (tal qual a Rússia não viu a África do Sul na época do colonialismo, de acordo com discursos anteriores). Por fim, Fabrício denuncia o falso moralismo, as falácias e a hipocrisia vindas dos países, especialmente ocidentais, que buscam “demonizar o povo russo a todo custo”.

Depois de finalizadas as exposições e argumentações, o presidente e representante do Brasil abriu espaço para réplicas e discussões acerca do exposto anteriormente, delimitando, no máximo, três minutos para cada país englobado (Rússia, Estados Unidos da América e Ucrânia) falar e contrapor os discursos.
Mantendo-se firme no objetivo e foco com que trabalham e acreditam, os Estados Unidos, mais uma vez representados por Larissa Scomparim, afirmam que seu país é a maior democracia e representação da OTAN – e que mesmo sendo impossível dissociar um do outro, eles mantêm o respeito à soberania de cada território e visam, acima de tudo, uma resolução pacífica. Em réplica à Rússia, especialmente ao discurso noticiado pelo Jornal Phi pela entrevista feita com Fabrício, os EUA declaram que a instauração de uma Nova Ordem Mundial russa é fato absurdo e remonta um orgulho histórico e retrógrado, pois estes visam isolar a sua cultura, enquanto os Estados Unidos buscam o benefício para todos os envolvidos – tal qual na proposta de resolução do conflito que, também, foi motivo de réplica: “acabar com o conflito a qualquer custo prevê que o conflito armado é, sim, uma escolha e opção”, afirma Larissa ao debater que os EUA sempre defendem a democracia e a harmonia.
Por fim e em mais um discurso forte, a Ucrânia traz uma réplica à Belarus, afirmando que o avanço da OTAN não obriga nenhum país a entrar e fazer parte do grupo, contrariamente às ações russas que, sim, obrigaram a Ucrânia a não ter a sua independência e, tal qual Hitler, atacou a sua população com armamentos pesados e sem “brecha” para segurança dos civis. Do mesmo modo, também afirmou que Putin mantinha uma rede de fake news sobre o nazismo, supostamente, ascendente na Ucrânia que não condiz com a realidade – já que, como elucidado pelos Estados Unidos, o poder dos mesmos é praticamente nulo. Assim, o representante termina seu discurso com a reafirmação das resoluções pretendidas: fim imediato da guerra, permanência de Volodymyr Zelensky no poder, a saída imediata da Rússia do território ucraniano, a militarização do país, a ajuda financeira vinda da Rússia pelas perdas em combate e, também, a diminuição das sanções econômicas impostas ao país russo.
Após o período de discussões, o presidente do Conselho de Segurança delimitou três minutos para que a Carta de Resolução de Conflito fosse escrita e balanceada. Quando pronta, ele leu-a em voz alta e expôs as seguintes ações:
A Rússia deverá cessar fogo imediatamente;
A Organização do Tratado do Atlântico Norte deverá suspender o envio de armas e auxílios bélicos para a Ucrânia;
A Rússia e demais países deverão reconhecer a independência de dois territórios ucranianos, tal qual o feito em documentação pela Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e França;
Deverão construir um corredor humanitário nas proximidades do conflito;
A Organização do Tratado do Atlântico Norte deverá retirar-se das proximidades do conflito;
Os países deverão retirar as sanções econômicas contra a Rússia;
A Ucrânia não deverá entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte, nem na União Europeia pelos próximos cinco anos.
Em votação, haviam quinze representantes. Se ao menos um dos cinco membros permanentes não concordasse com a Resolução lida, esta seria desconsiderada e refeita, já que eles possuem poder de veto – ou seja, China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos poderiam votar contra e fazer o Conselho de Segurança propor uma nova Resolução.
No entanto, foram doze votos à favor da Resolução e três abstenções:


*IMPORTANTE: adaptação da possibilidade da guerra ocorrer por motivos educacionais; a proposta do trabalho "Simulação da ONU" de sociologia prevê a ação de evitar o conflito que, em quesitos reais, já ocorreu. Essa matéria é, portanto, inverídica, mas reflete argumentos reais e fatos pesquisados previamente para que, hipoteticamente, o conflito não se deflagrasse.







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